O seguro como pilar da resiliência climática na COP30

O seguro como pilar da resiliência climática na COP30

O setor chega à Conferência de Belém como peça-chave na transição climática e se firma como arquiteto de um futuro mais sustentável.

Por: Dyogo Oliveira

Aconstrução da agenda climática é o maior teste de cooperação desta era. Nenhuma nação, setor econômico ou comunidade escapará dos impactos dos eventos climáticos nem poderá enfrentá-los isoladamente. As emissões de gases de efeito estufa continuam a crescer, alimentando uma sequência cada vez mais devastadora de riscos extremos que atingem tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.

 

A escala do desafio é global, mas as soluções também precisam ser e estar ancoradas em realidades locais. Essa é a conclusão central e recorrente das matérias desta edição especial da Revista de Seguros, dedicada à COP30 e às ações do mercado segurador em favor da sustentabilidade e da transição climática.

 

O mercado de seguros tem um papel único nesse processo, pois, mais do que mitigar perdas financeiras, cria mecanismos de resiliência e permite que as sociedades se adaptem, sejam reconstruídas e avancem em direção a um futuro mais sustentável. É um esforço quase civilizatório: usar o conhecimento acumulado para proteger vidas, sustentar economias e apoiar políticas de mitigação e adaptação.
É com essa visão que o setor segurador brasileiro leva à COP30, em Belém do Pará, a Casa do Seguro, um espaço de representação que pretende também ser a embaixada do setor no maior fórum climático do planeta.

 

A contribuição do seguro é estratégica e de extraordinário alcance: engloba a conversão da frota verde, a proteção de riscos industriais na descarbonização, o financiamento da transição e o fortalecimento da resiliência da infraestrutura, essencial para resistir a catástrofes que já foram identificadas, e a proteção ao setor agrícola, cada vez mais exposto à instabilidade climática e a perdas bilionárias.
A Casa do Seguro dará visibilidade às seguradoras empoderadoras, que chegam a Belém com soluções reais, produtos inovadores e inteligência climática já incorporada às suas estratégias — uma agenda que não pertence apenas ao Brasil.

 

O mundo precisa de respostas conjuntas, e as seguradoras globais são parceiras indispensáveis pela capacidade de retrocessão, financiamento da adaptação em larga escala e difusão de melhores práticas, que podem apoiar países em desenvolvimento, ampliando a resiliência de regiões mais vulneráveis.

 

O seguro é, em sua essência, um arquiteto da resiliência, que conecta risco e proteção, incerteza e reconstrução, economia e sustentabilidade. Se o desafio climático é a civilização moderna, o seguro é uma das ferramentas mais eficazes para garantir que possamos enfrentá-lo com responsabilidade, coragem e solidariedade.

 

Enfrentar a crise climática é um dever de todos. Mas o seguro mostra, cada vez mais, que pode ser o fio condutor da transição global para uma sociedade mais segura, resiliente e sustentável.

Boa leitura!